Faz hoje 16 anos que vivo em Coimbra!
Vim para cá uma garota, garota mesmo, sem perspectiva de que
o futuro iria ficar tão permanente.
Sempre vivera na aldeia e quando cheguei, Coimbra parecia
enorme!
Nem todos os anos têm sido bons, tive mudanças radicais!
Perdi família, perdi amizades sólidas, mudei muito… física e
emocionalmente.
Também tive alegrias – nas amizades que ainda tenho, nos
objectivos que consegui, na estabilidade que vivo.
Pensei várias vezes ao longo dos anos em sair de cá. De
Coimbra. Ir para mais perto da família, ir para longe de tudo o que conheço,
simplesmente sair de cá (por tudo o que me acontece ou por nada mudar)…
Mas Coimbra atrai, resiste, persiste. Basta ir dar um
passeio a pé na Baixa, andar pelas ruas do Quebra-costas, e não há melhor sítio
para viver do que cá.
Gosto dos cafés, das lojas tradicionais, dos concertos
espontâneos, dos estrangeiros, dos que cá estão sempre. Gosto da Alta, gosto do
rio, gosto do Bairro. Gosto da oferta de tudo e de todos a qualquer hora. Gosto
desta gente. Gosto de Coimbra.
Adoro a Primavera quando a cidade fica florida e os
jacarandás inundam de roxo as principais
avenidas, a minha rua ganha o cheiro à tília em flor. Adoro o cortejo
da Queima das Fitas e os Fados. Adoro os meses de verão com tantos turistas e a
cidade tão calma que mais parece uma aldeia. Adoro o Outono e as avenidas que
tornam a mudar de cor, desta vez despidas ou avermelhadas. Adoro o Inverno, no
frio, no sol reflectido nos monumentos, no nevoeiro do rio, no aconchego tanto
do trabalho como do lar.
Claudia Carraceno, (escrito em 2015)
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